A propagação vegetativa, ou clonagem, é a técnica mais adequada para a produção de mudas clonais de erva-mate. Para auxiliar nessa produção, a Embrapa Florestas lançou o “Manual de produção de mudas clonais de erva-mate“. A publicação está disponível gratuitamente, basta clicar aqui. As vantagens para a produtividade, a química, o sabor e o controle de pragas são os principais benefícios, além da rapidez e da capacidade de produzir mudas durante o ano todo.
“Sem esse protocolo de clonagem em paralelo à produção de clones, a gente não conseguiria multiplicar esses materiais superiores. Trabalhamos maior produtividade, maior resistência a pragas e doenças, maior suavidade, maior teor de cafeína ou descafeinado, teores de teobromina, polifenóis e amargor”, explica o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas, que destaca a necessidade de validar continuamente o resultado dessas experiências em campo.
As mudas clonais precisam ser avaliadas e testadas em cada local de plantio. A técnica é considerada como um ‘fim de linha’ para o melhoramento. Ou seja, não é possível fazer melhoramentos genéticos posteriores, já que a planta matriz é uma só. Em função disso, o critério de escolha da planta matriz deve ser rígido.
A técnica de estaquia é recomendada para o resgate de material genético superior. Já para a multiplicação de mudas, a técnica indicada é a de miniestaquia. Essa pesquisa começou em 2002, a partir de árvores de erva-mate com mais de 100 anos de vida localizadas em São Mateus do Sul. Os resultados se mostraram bastante positivos e a técnica foi disponibilizada para viveiros em todos os Estados.
A padronização desses processos pode, num futuro próximo, permitir que os plantios sejam direcionados para a produção de erva-mate com propósitos diferentes:
“Nós teremos cultivares específicas em função do objetivo de produção. Ou seja, se quero produção de chás, medicamentos, energéticos, ou produtos descafeinados, antioxidantes, vamos ter materiais genéticos específicos para cada um desses produtos a serem colocados no mercado”, aponta Wendling, durante palestra promovida pela Embrapa Florestas.