Estratégias de controle da ampola-da-erva-mate (Gyropsylla spegazziana) e as perspectivas de mercado para esta safra foram assuntos abordados durante a reunião da Câmara Setorial da Erva-mate, realizada nesta quarta-feira (26/05) de forma virtual pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR-RS).
O extensionista da Emater/RS-Ascar Cezar Burille trouxe aos integrantes da Câmara a necessidade de orientar os produtores sobre o manejo dos ervais para evitar a ocorrência de ampolas-de-erva-mate, praga que causou prejuízos no polo Alto Taquari, região que produz a maior parte da erva-mate do Estado.
“Tiveram diversos pequenos veranicos e infestação de ampola muito grande, com ervais com prejuízos superiores a 50%. Como são as folhas que caem, tivemos queda de qualidade também. O problema foi de uma gravidade considerável e não temos produtos registrados para aplicação contra este tipo de praga”, alertou.
O presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS), Alvaro Pompermayer, avaliou que condições como seca, falta de água e adubação excessiva favoreceram o surgimento da praga e que deve haver um esforço no sentido de buscar uma solução. “Precisamos de pesquisas nas universidades para contornar este problema”, destacou.
O coordenador técnico do Programa Gaúcho para Qualidade e Valorização da Erva-mate (PGMate), Ilvandro Barreto de Melo, sugeriu que a Secretaria da Agricultura elabore uma campanha de conscientização sobre o manejo adequado dos ervais para setembro ou outubro, quando começam novamente as condições ideais de infestação da ampola. “Precisamos orientar os produtores sobre um manejo diferente nos ervais, de maneira a amenizar o problema. É uma forma de, momentaneamente, conter o agravamento do ataque da ampola e o aumento dos prejuízos”, completou. O coordenador da Câmara Setorial da Erva-mate, Tiago Fick, disse que a SEAPDR trabalhará esta pauta internamente, em conjunto com a Emater/RS-Ascar.
Perspectivas de mercado
Com a colheita que se iniciou esta semana, em Ilópolis, a cadeia produtiva da erva-mate tem como expectativa para esta safra que se mantenha a alta no consumo e nas exportações em relação ao período pré-pandemia – o consumo aumentou 20% e as exportações, 40%. “Com a pandemia, o hábito de beber mate individualizado, sem compartilhamento, deve permanecer. Mas precisamos priorizar a pesquisa de mercado para ampliar horizontes”, analisou o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-mate (Ibramate), Alberto Tomelero.
No próximo encontro, em data ainda a ser marcada, a Câmara Setorial vai definir um novo coordenador, que seja integrante da cadeia produtiva, e deverá debater as demandas do setor para o período 2022-2023.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Sindimate-RS, Ibramate, Emater/RS-Ascar, Associação dos Amigos e Parceiros da Erva-mate do Polo do Alto do Vale do Taquari, Famurs, Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Econômico e da Saúde, e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária e a Coordenação das Câmaras Setoriais e Temáticas da SEAPDR.
Fonte: Assessoria de Comunicação / SEAPDR-RS – Texto: Eliane Pinto