IG-Mathe multiplica produção e colhe resultado ao capacitar produtores

A Indicação de Procedência da erva-mate na região de São Mateus do Sul (PR) começa a colher bons resultados. Três anos depois da conquista do reconhecimento, a área de plantio abrangida pelo IG-Mathe viu a produção crescer de uma média de 30 toneladas até 2019 para 157 toneladas na safra encerrada em setembro de 2020.

O IG-Mathe também aponta uma valorização de 300% nos nano lotes e a estabilização de um preço diferenciado do produto no mercado. O valor médio do quilo da erva-mate sem IG na região varia entre R$ 10 e R$ 12, enquanto o produto com IG custa em média R$ 20 o quilo. Com 74 associados e uma produção total de 252 hectares, a associação observa que o crescimento produtivo se deve à profissionalização do setor:

“Os produtores, para produzirem erva com IG, precisam passar por uma capacitação com boas práticas agrícolas. O agricultor tem aulas teóricas e, depois, acompanhamento de técnico habilitado durante 3 meses no seu erval. Temos um caderno de especificações técnicas em que a gente exige determinadas formas de cultivo para o produtor se enquadrar na nossa IG”, afirma o engenheiro agrônomo e presidente do IG-Mathe, Fernando Toppel.

O IG-Mathe integra as cidades de São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Rio Azul, Rebouças, Mallet e Antônio Olinto. Os resultados foram apresentados no Painel Erva-Mate XXI, organizado pela Embrapa Florestas entre outubro e dezembro de 2020.

Foto: José Fernando Ogura / AEN-PR

Sustentabilidade e fomento ao turismo se destacam

O reconhecimento e a visibilidade da erva-mate na região de São Mateus do Sul gera investimentos que incentivam o turismo na cidade. A Rua do Mathe, um espaço público coberto e com infraestrutura de lazer e comércio para a comunidade e para os visitantes, está em fase final de construção e em breve deve ser inaugurada oficialmente. O projeto foi encampado por diversas instituições da cidade e recebeu investimento de R$ 2,1 mi do governo do Paraná.

Em favor do meio ambiente, a produção de erva-mate na região também é uma forma de preservar a vegetação nativa da Mata Atlântica.

“Uma das exigências que temos é a produção da erva-mate em consórcio com a vegetação nativa e a proibição de espécies exóticas no talhão de erva-mate com IG, como pinus e eucalipto, por exemplo. A gente está preservando o remanescente da Mata Atlântica, preservando espécies em extinção, como pinheiro, imbuia, cedro, e produzindo um alimento único”, explica Toppel.

Os produtos com selo do IG-Mathe podem ser encontrados no mercado nacional e internacional sob marcas das quatro indústrias associadas: Baldo, Baronesa, Maracanã e Taquaral.

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